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Começo a acreditar então que a culpa é da rede social que insiste em perguntar em que estamos pensando. 
Faz a maioria achar que se importam, que o que dizem é que vai ditar a vida de alguém.
"Ah, vem aqui mãe, vem ver o que seu-ninguém falou sobre isso!"
Esbarrei sem querer em uma publicação onde estrangeiros e brasileiros competiam para ver quem falava mais absurdos em relação à "Joana" que nada mais fez do que opinar na rede. Era um embaraço de tentativas de rebaixar e humilhar a moça recorrendo por vezes ao seu tem de pele.
Mas não existe racismo aqui!
Um grupo - de brasileiros, é bom explicar que não existia somente negros como alguns gostam de pintar ultimamente - se uniu para tentar reverter a situação enquanto um outro grupo exclamava incessantemente "Que preguiça!"
Alguns que viam de fora não entenderam o motivo daquelas exclamações tão sem sentido para o momento mas quem acompanha as redes está percebendo o crescimento do uso da expressão além de entender o seu significado. Para além dessa expressão que me remete, imediatamente, a um "alguém" que prefiro afastar da lembrança, existam umas outras semelhanças com a história que logo me veio à memória. Irmãos que tentam incansavelmente e sem sucesso esconder de onde vieram e o que são. Esse alguém, no entanto, não me saía da lembrança a cada vez que lia um "que preguiça de gente assim".
Jogaria ele as pernas pra cima e se daria por satisfeito com uma rede e uma cesta de frutas se o oferecessem, com certeza. Aliás, não fossem as insistentes caricaturas que pintam de seus maus jeitos, andaria ele por aí, sem medo de ser re-conhecido, suspeito eu. Derrubando alguns gigantes, enamorando-se por todos e, se Mário me permite dizer, enfurecendo algumas autoridades.
Digno retrato de alguns, devo ressaltar, vindo de uma sociedade e assumindo faces de outras. 

Mas que se há de fazer? Foram eles que perguntaram: "Em quê cês tão pensando?"
É como um "vem cá e diz, ofende seu irmão que essa rede tem dono não".

Jogam-se todos nessa poça e tentam disfarçar o que são, empenhando-se a todo custo em esconder sua tribo.

Interrompo os pensamentos quando alguém explode uma postagem racista no meu feed, e a lembrança volta batendo: "que preguiça de gente assim...". 

Que diria ele? Sem nenhum caráter mas acima disso sedento de boa vida, ia repensar quem ele me parece mas "aaaaah, que preguiça!"